Por Rodrigo Oliveira
A internet nos promete liberdade, mas o que ela nos entrega é uma prisão com paredes de espelho.
Vivemos em uma corrida insana por atenção: curtidas, compartilhamentos, seguidores.
Cada notificação que recebemos é uma pequena dose de dopamina que alimenta nosso ego, mas também nossa dependência.
Os antigos filósofos alertavam sobre os perigos do desejo desordenado por reconhecimento.
Os estoicos, por exemplo, falavam da importância de cultivar a virtude interior, não a aprovação externa.
Mas aqui estamos, trocando nossa paz de espírito por uma migalha de validação digital.
Criamos uma cultura onde a relevância se mede em números, e o valor humano é confundido com métricas.
Nos transformamos em produtos, vendendo nossas vidas em pequenos fragmentos bem editados, enquanto o vazio interior só aumenta.
Será que ainda nos lembramos de quem somos sem o filtro?
Será que conseguimos olhar para nós mesmos sem a necessidade de aplausos?
Ou será que já nos perdemos no reflexo da tela?