Um protesto dos trabalhadores da COESA, empresa que presta serviços à Embasa, interrompeu hoje pela manhã o trânsito na Rua Siqueira Campos, em Vitória da Conquista; uma das principais vias de acesso ao centro da cidade.
Os trabalhadores ficaram sentados no asfalto, impedindo a passagem dos carros, bem em frente à sede da Embasa, empresa do Governo do Estado responável pelos serviços de abastecimento de água e saneamento.
Os organizadores do movimento afirmam que estão desde junho com as atividades interrompidas por ordem da direção empresa, e que durante todo esse periodo estão sem receber salários.
Eles dizem que os depósitos do FGTS também não foram realizados nos últimos 3 meses, e que ninguém da Embasa ou da COESA apareceu até agora para dar alguma satisfação sobre o destino dos recursos que deveriam ser usados pra isso, ou sobre o motivos da interrupção.
- A única coisa que eles prometeram foi repassar o vale alimentação, o que até agora não foi feito. Estamos sendo tratados como cachorros de rua, sem nenhum respeito! - desabafou um dos participantes do protesto.
Os trabalhadores afirmam que fecharam a rua em frente à Embasa para chamar a atenção da sociedade e principalmente da imprensa para o problema.
- Não queremos causar transtornos para a população, mas não tivemos outro jeito de chamar a atenção. Somos todos pais de família e muitos aqui já estão tendo dificuldades para alimentar os filhos. Até agora nem a Embasa nem a COESA tiveram a decência de nos dar ao menos uma satisfação - revela outro trabalhador indignado com a situação.
Ainda de acordo com informações dos participantes do protesto, a COESA já presta serviços à Embasa em Vitória da Conquista há pelo menos 5 anos, e é ligada ao grupo empresarial OAS, o mesmo que já esteve envolvido em vários escândalos de corrupção recentes no país.
Nem a Embasa nem a empresa terceirizada se manifestaram até agora sobre a situação dos trabalhadores, que afirmam que só vão deixar os protestos quando a situação se resolver.
Os trabalhadores parados são responsáveis por operação de maquinário pesado, que está sendo utilizado principalmente nas obras da barragem do Catolé, uma obra que tem o objetivo de tentar regularizar o abastecimento de água deficitário de Vitória da Conquista. e que já está com mais de uma década de atraso.
Ou seja, além dos prejuízos aos trabalhadores, a má gestão acaba trazendo consequências negativas também para a população em geral.