Nesta terça feira pela manhã as pessoas que se dirigiam ao centro de Vitória da Conquista para trabalhar, foram surpreendidas com um protesto dos trabalhadores terceirizados da Embasa, que interrompeu o trânsito por mais de duas horas, em uma das principais vias de acesso à região central da cidade.
Os trabalhadores foram contratados pela Coesa, empresa ligada ao grupo de engenharia OAS, e eram responsáveis por tocar os serviços da construção da barragem do Catolé.
As obras da barragem estão prejudicadas desde junho, quando a Coesa deixou de pagar os salários dos trabalhadores.
Ontem, durante a realização do protesto, a direção da Embasa chegou a receber uma comissão dos trabalhadores que estavam interditando o trânsito na porta da empresa, mas tudo indica que o problema está fora do alcance de uma solução local.
Na verdade. a Embasa, que é administrada pelo governo do estado, terá muito que explicar à sociedade, sobre como uma empresa que já foi criada de forma suspeita, como é o caso da Coesa, conseguiu um contrato para realizar uma obra de tamanha importância como a da barragem do Catolé.
O impasse que foi criado, está gerando prejuízos não só para os trabalhadores, que estão tendo os seus direitos desrespeitados, como também para a sociedade em geral, que espera com grande expectativa, há vários anos, a solução dos problemas de abastecimento de água em Vitória da Conquista.
A reportagem do Portal Aliança BR apurou que a Coesa já nasceu de forma muito estranha, como um puxadinho da OAS que herdou a banda podre, depois do envolvimento da construtora nos escândalos de corrupção apurados pela operação Lava Jato.
Segundo a nossa apuração, a 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) decretou, no dia 07 de junho do ano corrente, a falência da construtora Coesa, criada após a reestruturação societária da OAS.
A decisão foi tomada em um recurso apresentado pela produtora de aço Gerdau, uma das credoras no processo de recuperação judicial da Coesa.
Os representandes da Gerdau defendem, segundo o relatório do caso, que a reestruturação societária da OAS serviu para “enganar os credores”.
Envolvida no escândalo da Operação Lava Jato, a construtora baiana OAS entrou com um pedido de recuperação judicial em 2015.
Ao todo, o processo de reestruturação levou cinco anos e a companhia terminou tendo seus ativos adquiridos pela holding Metha e pela Coesa.
Cinco meses após a compra, em outubro de 2021, os donos da Coesa entraram com o pedido de recuperação judicial – quando as dívidas já somavamm cerca de R$ 4,5 bilhões.
As empresas credoras argumentam que a Coesa foi criada para ficar com os ativos ruins da OAS e a Metha, com os bons.
“Inconformadas, afirmam, em suma, que a correlação entre as sociedades integrantes do Grupo Coesa, ora em recuperação judicial, e o Grupo OAS, atual Grupo Metha, é óbvia, havendo distinção apenas formal, oriunda de movimentações societárias que serviram, unicamente, para enganar os credores”, lê-se no relatório.
As informações são do Tribunal de Justiça de São Paulo.