Texto de Olavo de Carvalho
As alegações em favor da liberação do aborto são tão escandalosamente mentirosas que o simples fato de aceitar debatê-las já é conceder-lhes uma honra indevida.
Não é a mesma coisa discutir com a pessoa honesta que tem uma idéia errada na cabeça e com vigaristas dispostos a impor suas decisões por meio de quantas fraudes e engodos lhes pareçam necessários para isso.
Os abortistas, sob esse aspecto, já superaram a quota de mendacidade rotineira de qualquer movimento social ou político, tornando-se um perigo público que deve ser denunciado como tal.
Mesmo porque a impunidade de que vêm desfrutando só os encoraja a usar a própria justiça como instrumento da fraude, perseguindo e acossando os discordantes por meio de trapaças jurídicas como aquela, já aqui denunciada, de tentar criminalizar o uso da palavra abortistas para designá-los, como se existisse termo melhor.
À desonestidade permanente e sistemática da sua propaganda acrescenta-se ainda a brutalidade incomum de uma retórica baseada na intimidação e na chantagem psicológica, que inventa males sociais puramente imaginários para em seguida imputar sua culpa aos adversários do aborto, fazendo da fé religiosa um crime e assim legitimando implicitamente a matança de cristãos e as legislações repressoras que configuram de maneira cada vez mais nítida um deliberado e crescente genocídio cultural."
O abortista se esquece de que já foi um feto na barriga de sua mãe.
Se ele pode hoje dar a sua opinião sobre o assunto, defendendo o assassinato de crianças ainda no ventre, é porque antes lhe foi permitido o direito mais básico de todos: o direito à vida.
A rejeição categórica do direito ao aborto decorre de evidências cristalinas, que só uma mentalidade torpe pode negar.
Mas o mal não está nas mulheres que abortam, enganadas pelo desespero. Está no defensor do aborto, que com fala mansa pretende induzi-las a tornar-se homicidas.
Caso aceitem a proposta, das duas uma: ou estarão criando ainda mais um motivo de culpa, sofrimento e desespero, ou então terão de sufocar no seu coração todo sentimento de culpa, tornando-se frias e desumanas como seu pérfido conselheiro.
Faço um apelo à mulher pobre e desesperada, que tem medo de pôr um filho no mundo: não creia nesses falsos amigos. O aborto, por definição, é sempre o dos outros.