Para descrever a sociedade brasileira, uma comparação que o Professor Olavo costumava fazer era a dos caranguejos no balde.
Para a maioria dos brasileiros – e talvez você ainda seja um deles – a verdadeira realização pessoal depende somente de um bom emprego e de um punhado de conquistas financeiras.
Acontece que a vida não se resume a isso.
Aliás, as coisas mais importantes seguem completamente imperceptíveis aos olhos de muita gente.
Há a busca pela virtude e pelo amor a Cristo, pelo desenvolvimento da inteligência, pela cultura por meio das grandes obras da humanidade.
Há o desejo de constituir uma família, de fundar uma empresa, enfim… O desejo de algo maior.
Existe uma infinidade de coisas que podem tornar o ser humano mais feliz e realizado, mas que fogem da imaginação do brasileiro médio.
Qualquer passo que se distancie do roteiro padrão – ir à escola, depois à universidade, arranjar um bom emprego, procurar outro melhor e assim por diante – é rechaçado por amigos e familiares.
Talvez você mesmo já tenha percebido esse movimento onde surge a inveja, o ressentimento e a maledicência, muitas vezes disfarçados de virtude.
Aqui floresce uma espécie de ódio interior contra quem tenta – ou deseja – algo diferente na vida.
Cada vez que um caranguejo tenta sair do balde, é puxado de volta por outro.
E o primeiro passo para libertar-se dessa cultura é tomar consciência de que, no Brasil, essa é a regra – e você pode ser tanto o caranguejo que puxa quanto o que é puxado.
Todos os dias você precisa decidir: quem você quer ser hoje?