Reconhecidas pelos tradicionais atos de protestos como greves e ocupações de escolas, a Confederação Nacional dos Trabalhadores (CNTE) e a União Nacional dos Estudantes (UNE) apresentaram uma reação diferente em relação aos cortes na educação realizados pelo governo Lula.
As duas restringiram a sua insatisfação a publicações em redes sociais e notas públicas, sem criticar o governo federal, um comportamento muito diferente se comparado ao realizado no passado, em resposta a medidas similares dos ex-presidentes Jair Bolsonaro e Michel Temer.
Desde janeiro, os cortes e bloqueios realizados em diferentes áreas no orçamento do Ministério da Educação (MEC) somam mais de R$ 448 milhões.
Além disso, recentemente a Capes, autarquia responsável pelos cursos de mestrado e doutorado no país, teve um corte de R$ 116 milhões. Somados, os bloqueios representam R$ 564 milhões dos recursos do MEC. Mesmo assim, as duas entidades evitaram qualquer conflito com o governo federal.
Na plataforma X (antigo Twitter), a UNE criticou as reduções orçamentárias da Capes, mas sem citar o governo federal e o presidente Lula.
O primeiro corte realizado pelo governo Lula foi em julho de 2023 e somou R$ 332 milhões. Do total, R$ 201 milhões estavam previstos para a educação básica, R$ 11,6 milhões para educação profissional e tecnológica e R$ 119 milhões para ensino superior.
Os cortes, no entanto, passaram praticamente esquecidos pelas duas entidades, que preferiram focar suas manifestações em temas como a revogação do novo ensino médio e pelo cumprimento do piso nacional da educação.
Fonte: Gazeta do Povo