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"Letramento racial" - Delírio e ignorância
Comportamento
Publicado em 02/11/2023

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco (foto), abordou nesta quarta-feira (1º) o uso do termo "buraco negro”, que descreve uma região no espaço com um campo gravitacional tão forte que até a luz é absorvida, e considerou essa expressão como "racista."

Vale lembrar que esse termo é utilizado por astrônomos que vivem estudando o espaço sideral, ou seja, está a milhares de anos luz de ter qualquer conotação racial ou coisa parecida.  

Ela também destacou que o verbo "denegrir" é outra palavra que também pode ser considerada ofensiva. Essas falas foram feitas durante uma entrevista concedida à Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

"Denegrir é uma palavra que o movimento negro e que as pessoas que têm letramento racial não usam de forma nenhuma. Ou, por exemplo: ‘saímos desse buraco negro’. A gente escuta muito isso", disse.

Na sua origem o termo "denegrir" tem o sentido de tornar algo escuro. Para suprimir a palavra do uso corrente, como pretende a ministra em seus delírios de ignorância, teríamos que escolher outra para colocar no lugar, caso contrário ficaríamos sem definição para um fenômeno que acontece na vida real, somente para não machucar os que se sentem ofendidos.

Esse precedente é muito perigoso, pois colocaria em risco todas as bases da nossa comunicação. Se o mundo distópico da ministra e de seus correligionários entrasse em vigor, teríamos um mundo onde somente as coisas "claras"  poderíam ser citadas quando nos referíssemos a aspectos negativos de alguma situação.

Fico imaginando como poderíamos definir os estragos causados pelo vazamento de um poço de petróleo que causa danos ao meio ambiente, ou descrever o aspectos das nuvens em uma grande tempestade tropical.

Imaginem o jornalista dizendo:  "Nuvens carregadas, que não são claras, estão se formando no litoral sul".

Ou ainda: "A mancha de uma cor que não é politicamente correto dizer, está se espalhando pelo mar em volta do poço de petróleo da bacia de Santos".

Além de abusurdos e recheados de argumentação infundada, o movimento que tenta alterar a linguagem para não "ofender" os "vulneráveis", revelam uma imensa ignorância sobre as origens e as finalidades da linguagem. 

A ministra explicou que, quando se depara com o uso de palavras que são percebidas como racistas, procura educar o interlocutor sobre o seu significado.

"Hoje existem muitas palavras que a gente tem tentado muito, sempre que a gente pode, comunicar de maneira bem tranquila e dizer: 'Olha, essa palavra é racista'", comentou Anielle.

Ela acredita que a promoção de ações como essa faz parte de um processo de "letramento racial" fundamental para a sociedade.

Essa declaração foi feita no contexto de uma pergunta sobre o Mês da Consciência Negra, celebrado em novembro.

Com gente tão desqualificada ocupando cargos importantes, os brasileiros despertos precisam estar atentos e vigilantes, para não se deixarem arrastar pela maré de atraso e obscurantismo que tenta se impor sobre o legado da verdadeira tradição humana.

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