“Híbrido entre neonazismo e stalinismo”. “Facção neofascista infiltrada no PDT”. “Seguidores de uma ideologia inspirada no nazismo e no satanismo”. “Ameaça terrorista”. “Disseminadores de fake news pró-Rússia”. “Os antissemitas do PDT”.
Estas são apenas algumas das definições utilizadas pela imprensa e a academia para se referir à Nova Resistência (NR) – um movimento político com pouco mais de 300 afiliados, mas que recentemente entrou no radar da opinião pública e até do governo norte-americano.
Fundada no Rio Janeiro há oito anos, em meio aos efeitos das Jornadas de Junho de 2013, a organização segue a cartilha da Quarta Teoria Política, criada e divulgada pelo filósofo russo Alexander Dugin, considerado um dos principais conselheiros de Vladimir Putin em seus projetos expansionistas.
Trata-se de uma intrincada teia ideológica que, resumindo vulgarmente, conecta ideias extremistas tanto de direita quando de esquerda. E foi batizada de “quarta” porque propõe uma alternativa, ou a superação, das três ideologias dominantes no século XX: o liberalismo, o comunismo e o fascismo.
A rejeição às pautas identitárias, ao chamado globalismo e à hegemonia geopolítica dos Estados Unidos é a cola conceitual que une a NR, formada por militantes egressos dos mais diversos grupos – de olavistas a comunistas, passando por fascistas, nazistas, nacionalistas, trabalhistas, separatistas, MBListas e integralistas.
Para os “novos resistentes”, o mundo carece de multipolaridade, ou seja, da participação de mais países como polos de poder. E essas nações são, quase sempre, ditaduras, autocracias ou democracias questionáveis do ponto de vista da ordem política ocidental (como China, Síria, Irã, Coreia do Norte, Venezuela e, é claro, a Rússia).
Com relação ao atual conflito no Oriente Médio, por exemplo, eles se opõem a Israel (responsável, segundo o site da organização, por “crimes contra a humanidade” em Gaza).
Fonte: Gazeta do Povo