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Os 183 anos de Vitória da Conquista - Passado, presente e futuro
Geral
Publicado em 09/11/2023

O território onde hoje está localizado o município de Vitória da Conquista foi habitado pelos povos indígenas Mongoyó, Ymboré e Pataxó.

Os aldeamentos se espalhavam por uma extensa faixa, conhecida como Sertão da Ressaca, que vai das margens do Rio Pardo até o Rio das Contas.

A vinda dos colonizadores portugueses e mestiços à região de Vitória da Conquista está ligada à exploração de metais preciosos, principalmente ouro, e à política de ocupação do território.

Um dos responsáveis pelo desbravamento do Sertão da Ressaca foi o bandeirante João Gonçalves da Costa, português nascido na cidade de Chaves, provavelmente em 1720. Ele ficou conhecido como um conquistador violento e dizimador de aldeias indígenas.

João Gonçalves da Costa chegou ao território onde hoje está Vitória da Conquista depois do esgotamento das minas de ouro de Rio de Contas e das Gerais. Ele procurava novos pontos de exploração mineral.

Embora não tenha encontrado ouro por aqui, ele acabou ocupando a região e fundando o Arraial da Conquista.

Há um elemento importante sobre João Gonçalves. Segundo os registros históricos, ele era um “preto forro”, ou seja, um ex-escravo.

A ascensão política de pessoas como João Gonçalves da Costa dava-se por meio de sua coragem e de sua fidelidade à Coroa Portuguesa.

A filiação ao terço Henrique Dias, espécie de irmandade, afirmou sua condição de livre. Em troca, ele agia em nome de Deus e da Coroa, desbravando terras e garantindo a ocupação do território.

A ocupação do Sertão da Ressaca foi realizada às custas da derrota dos povos indígenas.

Em 1752, ocorreu a batalha que entrou para a história de Vitória da Conquista como uma das mais importantes. Sabe-se que naquele ano, aconteceu uma fatídica luta entre os soldados de João Gonçalves da Costa e os índios.

Os soldados, já fatigados, buscavam forças para continuar o confronto. Na madrugada posterior a uma dia intenso de luta, diante da fraqueza de seus homens, João Gonçalves teria prometido a Nossa Senhora das Vitórias construir uma igreja naquele local, caso saíssem dali vencedores.

Essa promessa foi um estimulante aos soldados que, revigorados, conseguiram cercar e aniquilar o grupo indígena que caiu, no alto da colina, onde foi erguida a antiga igreja, demolida em 1932.

Não se sabe ao certo se essa promessa foi realmente feita, mas essa história tem passado de geração em geração.

O enfrentamento se prolongou até o século XIX. Além dos confrontos diretos, os portugueses utilizaram estratégias como o oferecimento de roupas infectadas com varíola aos índios e até um embriagamento coletivo.

A História nos relata que no período de 1803 e 1806, quando a luta foi intensa, foi realizado o “Banquete da Morte”.

Os Mongoyó foram chamados a festejar uma suposta trégua e, depois de consumirem bebida alcoólica, foram cercados por soldados, que mataram quase todos os presentes, inclusive mulheres e crianças. O povo Mongoyó sucumbiu.

No final do século XVIII, o Arraial da Conquista se resumia a uma igreja e algumas dezenas de casas. Nesse tempo, ainda existiam matas densas com fauna e flora bastante ricas.

A paisagem começou a mudar com a chegada dos primeiros rebanhos bovinos. As matas foram derrubadas para dar lugar aos pastos. O Arraial virou passagem para o gado trazido pelos tropeiros de Minas Gerais que iam em direção ao litoral.

O próprio João Gonçalves da Costa, fundador do Arraial, tornou-se proprietário de gado. A família Gonçalves da Costa foi a mais rica produtora de leite e carne da região durante mais de um século.

A cidade foi crescendo lentamente. As primeiras ruas mantendo-se próximas ao leito do Rio Verruga. Em 1780, havia cerca de 60 casas no Arraial.

Já em 1840, ano em que o Arraial foi elevado à condição de Vila Imperial da Vitória, distrito da Vila de Caetité, esse número já havia se multiplicado. Além dos colonizadores e seus descendentes e dos negros, a Vila recebeu sertanejos e litorâneos.

Em 9 de novembro, é instalada a Câmara de Vereadores. 1877 – Instalada a primeira agência dos Correios. 1882 – A Vila da Conquista passa a ter sua própria Comarca. 1891 – Emancipação política: a vila passa a ser cidade com o nome de Conquista.

Hoje o município é um dos mais prósperos de toda a região nordeste do páis. Seu sistema de saúde, público e privado, serve de referência para dezenas de municípios vizinhos, cujas populações vêm em busca de simples cosultas médicas, até cirurgias e exames de alta complexidade.

O sistema educacional também é diferenciado, com destaque para o ensino superior. Vitória da Conquista já tem três cursos de medicina e pelo menos quatro cursos de direito.

Somente a Universidade Estadual do Sudoeste, oferece vagas para mais de 40 cursos de nível superior e recebe estudantes até de outros estados.  

Destacam-se ainda o agronegócio, cujo carro chefe é o café, o comércio, que atende à toda a comunidade do sudoeste baiano, e a indústria, que tem empresas como a Teiú e a Tia Sônia, que já comercializam os seus produtos no país inteiro.

Vitória da Conquista é também uma das cidades que mais crescem no país, com uma população que já está próxima dos 400 mil habiltantes, mantendo uma das melhores qualidades de vida entre as cidades nordestinas.

Todos esses fatores revelam possibilidades que garantem um futuro ainda mais promissor. Se continuar crescendo no mesmo ritmo,  Vitória da Conquista não demora a se tornar uma das primeira metrópoles do interior nordestino, resultado principalmente do esforço, da dedicação e do talento de sua gente. 

Com informações do IBGE e da PMVC

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