Por Karina Michelin
O Papa Francisco demitiu Joseph Strickland, bispo da diocese de Tyler no Texas, anunciando sua substituição imediata, interina, por Joe Vasquez, bispo de Austin.
Embora nenhuma motivação oficial tenha sido expressa, o contexto da decisão muito rara (geralmente os bispos são convidados a renunciar) é claramente atribuível às posições políticas contrárias à orientação papal.
O bispo do Texas é um conhecido defensor da direita ultraconservadora dos Estados Unidos e do ex-presidente Donald Trump. As aberturas progressivas de inclusão ( em relação às minorias e orientações sexuais LGBT de Bergoglio) exacerbaram o contraste do prelado.
As relações entre Strickland e o Vaticano tornaram-se ainda mais tensas desde 31 de outubro do ano passado, quando o bispo falou na conferência do Fórum da Vida de Roma, lendo uma carta que ele descreveu como de uma pessoa anônima na qual o Papa Francisco foi chamado de “usurpador” e dizia que ele “colocou almas em perigo”.
Devido à visibilidade do bispo Joseph Strickland, é provável que sua remoção do cargo inicie um grande debate dentro da Igreja Católica dos Estados Unidos, onde a corrente mais conservadora e distante do Papa Francisco é muito poderosa.
Em agosto, no Dia Mundial da Juventude, realizado em Lisboa, o Papa expressou preocupação com essa corrente, chamando-a de “reacionária”.