Por Alexandre Garcia/Revista Oeste
Abundância de preconceito, vitimismo, pregação política e ideológica de uma só corrente, de um só lado, e ausência de diversidade de ideias. Foi o que senti ao ler a primeira prova deste ano a que foram submetidos alunos do ensino médio.
Os textos que escolheram para sugerir a múltipla escolha estão todos engajados naquilo que um conhecido jornalista do PCdoB qualificou de 'esquerdismo anacrônico'.
Mais do que isso, fiquei assustado com a falta de clareza na prova do Enem, principalmente depois que o ministro da Educação justificou que o Ministério não tem responsabilidade pela elaboração das questões, pois foram feitas por 'professores independentes'. Por isso estou assustado.
Eu lecionei português no ensino médio por quatro anos e linguagem em faculdade de jornalismo por outros quatro anos.
Pelas amostras que vi, eu teria sérias dificuldades em responder à múltipla escolha, por não conseguir entender o que fora proposto e o que realmente estava sendo perguntado.
Nem Caetano Veloso, o autor das duas músicas sobre as quais pediam pontos comuns, foi capaz de responder sobre sua própria obra; ficou indeciso entre as opções de respostas que eram oferecidas. Nem simples nem clara a avaliação do Enem.