“Um evento de comunicação deslumbrante por sua originalidade e ousadia”. Foi assim que o ditador de Cuba, Miguel Díaz-Canel, definiu o fórum Nova Operação Verdade, realizado em Havana nos dias 21 e 22 de janeiro.
Organizado pela Prensa Latina (a agência cubana de notícias) e o canal de TV libanês Al Mayadeen (considerado um “porta-voz do Hezbollah” pelo governo de Israel), o encontro levou à ilha caribenha jornalistas, dirigentes políticos e ativistas de mais de 30 países – todos dispostos a “defender e mostrar a realidade das nações progressistas”.
O nome do evento é uma homenagem aos 65 anos da conferência internacional de imprensa convocada por Fidel Castro assim que ele e seu grupo tomaram o poder.
Segundo o jornal Granma, a publicação oficial do Partido Comunista de Cuba, 400 jornalistas de todo o mundo acompanharam a Operação Verdade original, idealizada para “desmantelar as campanhas difamatórias contra a revolução nascente” orquestradas pelos Estados Unidos e seus aliados.
Quase sete décadas depois, o discurso não parece ter mudado muito. A julgar pelos relatos dos participantes do fórum deste ano, publicados em veículos autoproclamados “alternativos”, o foco dos painéis e debates foi a luta contra a “hegemonia ocidental”, a “mídia imperialista” e a “narrativa de desinformação criada por Washington”.
Convidado a falar na abertura dos trabalhos, Díaz-Canel chamou de “companheiros de batalha” os cerca de 60 convidados presentes no hotel Royalton, onde todos também ficaram hospedados.
O preço mais baixo da diária no cinco estrelas, localizado a menos de 5 quilômetros do centro da capital e com vista para o mar, fica em torno de R$ 1.680 (quase dez vezes o valor do salário médio estatal do país, que equivale a cerca de R$ 173).
Fonte: Gazeta do Povo