Por Rodrigo Oliveira
Jornalismo se transforma em publicidade; esportes altamente técnicos são reduzidos ao entretenimento barato.
Em um ambiente assim, qualquer um com alguns milhões de seguidores tem um poder excepcional sobre as pessoas.
Quem, por exemplo, liga a televisão para ter acesso a informações? Para compreender melhor a realidade da qual participa?
A única coisa que importa num espetáculo é chamar a atenção. Gerar curtidas, ameis e exposição.
Estimular a sensação eufórica de estar presenciando algo inusitado, mesmo que seja somente para rir da vergonha alheia.
A massa foi moldada para amar tudo o que é pitoresco e teatral.
A moral vitoriana que compreende a sociedade como um palco em que cada cidadão tem um papel social, que segue um roteiro para interpretar, está mais viva do que nunca.
É quase impensável pressupor hoje alguma atividade que não seja controlada pelo entretenimento.
Somos consumidos pelo tédio, e vivemos para estender 36 segundos de atenção em quanto tempo for necessário, desde que esses 36 segundos se tornem um «espetáculo».