No fim de 2023, após mais um resultado desastroso do Brasil no Pisa, principal exame do mundo para avaliar a qualidade de educação dos países, as discussões sobre as principais causas deste fracasso foram retomadas.
O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que um dos motivos estaria na deficiência da formação dos professores.
Alguns dados corroboram a afirmação: no último Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), exame que mede o conhecimento de estudantes ao final do ensino superior, todos os egressos de cursos de licenciatura tiveram nota inferior a 5, numa escala que vai de 0 a 10.
Um problema antigo refletido nesse resultado é a qualificação dos estudantes que frequentam cursos de licenciatura, que chegam ao ensino superior com sérias deficiências na formação básica.
Segundo dados do Sisu (Sistema de Seleção Unificado), enquanto para entrar em cursos como medicina e direito é necessário que o estudante alcance pontuações mínimas de 811,42 e 732,60 no Enem, respectivamente, para o curso de pedagogia são necessários apenas 598,05 pontos.
Se o estudante estiver concorrendo pelo ProUni, voltado para alunos de baixa renda ingressarem com bolsas em faculdades privadas, a nota mínima é ainda mais baixa: 463,58.
Mas a responsabilidade não estaria apenas no perfil dos estudantes. Um problema discutido no Brasil é a estrutura dos cursos de pedagogia.
De acordo com estudo divulgado pela Abmes (Associação Brasileira de Mantenedores de Ensino Superior), o Brasil tem um currículo voltado significativamente para disciplinas teóricas e poucas disciplinas práticas.
Fonte: Gazeta do Povo