Por Edvaldo Paulo de Araújo
“Porfiai por entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos procurarão entrar, e não poderão “Jesus (lucas,13:24)
Recentemente, como sempre o faço nos domingos a noite, fui ao Centro Espirita Antonio Cruz e la estava acontecendo uma palestra do Sr.Antonio Carlos Ferreira de Oliveira,(Ele é o andarilho de primeira com sua esposa, tendo feito os caminhos mais famosos do mundo e um dos fundadores do caminho do Sudoeste FÉ A PÉ-C.L.Caminho do bom Jesus, e todos os domingos participa de belas caminhadas pela Serras do Piri-piri, com um grupo de amigos e amigas que adora trilhas) sobre as nossas portas e a extensão de suas aberturas. Uma palestra leve, orientadora, que apesar dos meus 50 anos de estudos espiritas, não tinha visualizado a questão do retorno a pátria carnal pelas portas do merecimento.
Ele narrava muito bem, a importância de nossa missão aqui na terra, baseado na palavra do nosso amado Mestre dos Mestres, Jesus o Cristo, da importância de uma vida voltada a servir, a ajudar sempre, perdoar sempre, ter um olhar de bondade e visão de que todos somos irmãos.
Vivemos uma época muito difícil, onde não se presta atenção as belezas naturais do mundo, onde a convivência emocional, presencial entre as pessoas estão se perdendo num vazio sem fim.
O livro do escritor humanista RUTGER BREGMAN, ” humanidade”, fala que estamos preso entre duas ilusões. Uma que o mundo é ruim, corrupto, errado e que não tem jeito. É o que a gente vê em 99(noventa e nove por cento) dos noticiários e isso é muito toxico .O outro que você vê nas postagens de gente bem sucedida, de sorriso artificial, de corpo malhados,roupas elegantes, carros caros. festas intermitentes, viagens gloriosas enfim gente feliz...será???
No seu livro Michel Desmurget, ”A fabrica de cretinos digitais” nos diz, que tudo isso é programado para que nesse estado de baixo astral você compre mais e mais, enfim um mundo programado para o mercantilismo, consumismo desvairado e que vem resultados catastróficos para o ser humano.
Nesse período de mar agitado do planeta, com tantos conflitos, para que não precisemos ouvir a mesma advertência, vamos nos valer de algumas orientações do irmão Jose Carlos de Lucca em seu livro o “O mestre do caminho” na pagina “Estar com Jesus”.
“Indiscutivelmente, Jesus está conosco! Más só isso não basta. É preciso que nós também estejamos com ele! Estar com Jesus é muito mais do que tê-lo em nossos pensamentos nos instantes de aflição e de prova; tê-lo como guia e modelo em todos os lances da vida. Quando deixamos de amar, não estamos com Jesus. Quando recusamos a perdoar, não estamos com Jesus. Quando não somos justos, nos distanciamos de Jesus. Quando negamos caridade, perdemos a conexão com Jesus. Quando o orgulho nos cega, perdemos a visão do Cristo. E quando tudo isso acontece, passamos a ‘andar em trevas”, como afirmou o próprio Mestre, querendo dizer que o sofrimento é a consequência de vivermos distantes da luz que ele nos trouxe para clarear nossos caminhos”
Sem uma vida lastreada de humanidade, estamos a estreitar a nossa porta de retorno, numa fila de milhões e milhões de espíritos com as mesmas necessidades do retorno a escola carnal.
O Senhor Vladimir Polízio em uma de suas belas crônicas, nos diz que o Evangelho que fala sobre os caminhos que levam o homem à glória ou ao sofrimento é apenas uma amostragem daquilo que cada um poderá usufruir enquanto estiver na Terra, no que se refere ao bem-estar.
O Mestre Jesus não dá opções para a felicidade. Ele diz que a porta larga é aquela que proporciona liberdade integral em todos os atos do ser humano, deixando que cada um se comporte de acordo com sua vontade. Por essa porta, entra e sai livremente, sem que alguém o recrimine ou cobre seus procedimentos junto à comunidade em que vive. Seu comportamento é idêntico ao animal que não está acostumado com os limites impostos à sua total liberdade. Além de não conhecer a fronteira que delimita seu território, desconhece também o valor da palavra ‘respeito’ e quanto ela é importante para que as pessoas vivam bem e em paz.
Já a porta estreita, por si só, já dá amostras do que representa. Por esta porta, o caminho se torna justo e por isso mesmo suave, o sentimento de fraternidade se faz presente e quem por ela passa sente-se beneficiado com a leveza de espírito, na certeza de que está cumprindo com inteligência racional.
A existência terrena é para ser vivida com dignidade e respeito, objetivos esses que asseguram a firmeza da conquista dos degraus que aos poucos vamos subindo.
Vale a pena rever a conduta para que se corrija o rumo, procedimento adotado por pilotos conscientes de navios e aviões que não querem se perder quando desconfiam de que algo não vai bem.
Na palestra citada no centro, Sr.Antonio cita o texto por meio da psicografia de Francisco Cândido Xavier, seu mentor e protetor espiritual Emmanuel, me enviou esta página que se chama ‘Porta Estreita’, publicada no livro Vinha de Luz:
“Antes da reencarnação necessária ao progresso, a alma estima na ‘porta estreita’ a sua oportunidade gloriosa nos círculos carnais.
Reconhece a necessidade do sofrimento purificador. Anseia pelo sacrifício que redime. Exalta o obstáculo que ensina. Compreende a dificuldade que enriquece a mente e não pede outra coisa que não seja a lição, nem espera senão a luz do entendimento que a elevará nos caminhos infinitos da vida.
Obtém o vaso frágil de carne, em que se mergulha para o serviço de retificação e aperfeiçoamento.
Reconquistando, porém, a oportunidade da existência terrestre, volta a procurar as ‘portas largas’ por onde transitam as multidões.
Fugindo à dificuldade, empenha-se pelo menor esforço.
Temendo o sacrifício, exige a vantagem pessoal.
Longe de servir aos semelhantes, reclama os serviços dos outros para si.
E, no sono doentio do passado, atravessa os campos de evolução, sem algo realizar de útil, menosprezando os compromissos assumidos.
Em geral, quase todos os homens somente acordam quando a enfermidade lhes requisita o corpo às transformações da morte.
‘Ah se fosse possível voltar!...’ – pensam todos.
Com que aflição acariciam o desejo de tornar a viver no mundo, a fim de aprenderem a humildade, a paciência e a fé!... Com que transporte de júbilo se devotariam então à felicidade dos outros!...
Mas... é tarde. Rogaram a ‘porta estreita’ e receberam-na. E porque se acomodaram muito bem nas ‘portas largas’, voltam a integrar as fileiras ansiosas daqueles que procuram entrar, de novo, e não conseguem”
A vida terrena, é uma breve passagem, totalmente voltada para o aprendizado e crescimento como ser humano encarnado e a nossa volta é absolutamente necessário que tenhamos obtido o mais sublime êxito, para que tenhamos uma morada plena na casa do pai.