No começo do mês, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti, fez críticas contundentes a abusos do Supremo Tribunal Federal (STF) em um evento voltado a jovens advogados, marcando uma mudança de tom em relação à postura tímida do órgão nos últimos anos na defesa das prerrogativas da advocacia.
“O Supremo tem que deixar o Brasil seguir adiante", afirmou.
“A diferença entre o remédio e o veneno é a dose. Jamais permitiremos ou apoiaremos que envenenem a nossa democracia sob o bom propósito de curá-la."
O presidente da OAB já vinha ensaiando uma mudança de atitude em relação ao STF desde o fim do ano passado, mas acontecimentos recentes culminaram na adoção de um discurso mais incisivo.
Juristas consultados enxergam três razões principais para essa mudança: o ataque a medalhões da advocacia; a iminência das eleições internas da OAB; e a maré anti-Moraes na opinião pública.
Pegou mal mesmo entre advogados alinhados com a visão de mundo predominante no Supremo, por exemplo, a forma como o ministro Alexandre de Moraes tratou o criminalista Alberto Toron, um medalhão da advocacia, cortando uma fala sua em uma sessão do Supremo no começo de abril.
A discussão se deu após Moraes impedir a sustentação oral do advogado Gustavo Mascarenhas em um julgamento na Primeira Turma.
Fonte: Gazeta do Povo