Por Rodrigo Oliveira
A morte de Deus não significa o esvaziamento da crença. O ser humano jamais deixa de acreditar em alguma coisa.
Albert Camus afirma que Nietzsche não matou Deus, mas o encontrou morto. No entanto, isso não significa que está em ascensão uma sociedade ateia.
Existe uma religiosidade no espírito moderno que não é cristã nem secularista, mas idólatra.
A internet, explicou Byung-Chul Han, é o templo em que o “amei” se transmuta em “amém”.
Segundo Eric Voegelin, “vivemos num mundo de marcas de nomes, sabonetes, cigarros, homens de autoridade e distinção que bebem marcas escolhidas de uísque, de leituras obrigatórias, best-sellers, odores de corpos e perfumes irresistíveis para ocasiões especiais; de líderes estrelas de cinema, manda-chuvas, educadores e criminosos de guerra; de terceiros reinos, pazes perpétuas e rendições incondicionais.”
Somos, definitivamente, idólatras: cultuamos marcas e pessoas, animais e estilos de vida.
A profecia de Chesterton se concretizou, pois passamos a acreditar em qualquer coisa para preencher o vácuo deixado pela descrença em Deus.