Por Gulherme Fiuza/Revista Oeste
Madonna desmoralizou o erotismo. Com a sua encenação política de quinta categoria, com a sua simulação revolucionária de playground, a dama do pop avacalhou a sensualidade.
Se causas políticas fossem brinquedos de sexshop, Madonna não conseguiria excitar ninguém.
Ser diva dos gays e botar Che Guevara no meio não funciona — nem como fetiche sadomasô. Guevara não tolerava gays.
E tratar ditadura como símbolo de libertação não é nada sexy.
Antigamente o mise-en-scène era para chocar os burgueses. Agora são os burgueses que contratam o choque — que não choca ninguém. Quem diria?
Vocês sonharam com a revolução e terminaram no colo do prefeito e do banqueiro.
Mas ninguém vai morrer de tédio. Do outro lado da revolução de mentirinha tem o êxtase dos ditos “conservadores”, que chegam correndo para odiar alegremente a bobajada feita justamente para isso — e a falsa polêmica fará a festa dos oportunistas e moralistas de todos os lados.