Por Rodrigo Oliveira
Em uma sociedade do tédio, nada mais natural do que transformar tudo em entretenimento.
Jornalismo, política, esporte etc.
Quem, por exemplo, liga a televisão para ter acesso a informações ou para compreender melhor certos problemas atuais?
Quase ninguém.
O que prevalece na sociedade do espetáculo não é o conhecimento, mas somente os relatos: “Amanhã irá chover”;
“Houve uma batida de carro agora no Rodoanel”;
“Por favor, Gomes, como está o trânsito agora?!”;
“Vejam quem estamos recebendo aqui: o adestrador de cães Guilherminho!”;
“Você está cansado? Exausto? Angustiado?
Calma que a terapeuta Camila irá te ensinar a superar tudo isso!”.
A única coisa que importa é se o espetáculo fará o seu público rir ou ter uma sensação eufórica de estar presenciando novidades – os estímulos têm de ser constantes.
É quase inevitável que todas as nossas atividades serão controladas pelo entretenimento porque somos consumidos pelo tédio.