Por Henrique Bredda
Cristianismo e libertarianismo convergem em alguns aspectos e divergem em outros. Mas existe uma inevitável força de atração entre os dois que os levarão, inevitavelmente, ao encontro.
Vamos analisar cada um dos seis princípios do libertarianismo à luz da doutrina social da Igreja Católica e do Catecismo da Igreja, para entender onde eles se alinham, onde divergem, e qual o destino inevitável de um libertário.
1. Princípio da Não-Agressão
A Igreja Católica ensina a importância da paz e do respeito pela dignidade humana, condenando a violência e a agressão. E não há dúvida relativista alguma sobre o que é a vida humana ou quando ela se inicia. A vida humana se inicia desde o momento da concepção.
Portanto, a Igreja condena qualquer tipo de violência ou agressão contra um bebê, de qualquer idade, dentro do ventre de sua mãe. Neste aspecto, o princípio da não-agressão do libertarianismo é compatível com os ensinamentos católicos sobre a paz e a moralidade.
Mas não encontrei no libertarianismo, talvez por falta de pesquisa minha, uma firme definição sobre quando se inicia a vida humana.
No entanto, a Igreja também ensina que o Estado tem o direito e o dever de usar a força, se necessário, para promover o bem comum e proteger os cidadãos, o que pode incluir intervenções que não seriam muito bem aceitáveis sob uma interpretação estrita do princípio libertário da não-agressão.