Por Rodrigo Oliveira
A politização da vida nos conduz a um esvaziamento da bondade, do amor ao próximo, da interioridade.
A obra de Dostoiévski, “Os Demônios”, traduz com excelência o movimento ideológico e niilista.
Um de seus personagens, o governador Andrey Antonovich von Lembke, afirma: “É tudo niilismo! É tudo incêndio! Se algo está pegando fogo é o niilismo!”.
E completa: “O fogo não está nos telhados, mas na cabeça das pessoas”.
E quantas cabeças não estão sendo incineradas pelas ideologias?
Os ideólogos falsificam Deus e negam absolutamente tudo: amor, amizade, honra, verdade.
Instrumentalizam a vida e estimulam o ódio mútuo.
A disputa ideológica nos faz substituir a compreensão pela ignorância; o perdão pelo remorso; o diálogo pela imposição.
É a potência demoníaca na sua forma mais bruta, que impera sobre a nossa existência, tornando-nos na imagem e semelhança do diabo.