Por Rodrigo Oliveira
Susan Linn, no seu belíssimo livro «Quem educa nossas crianças?», explica que os infantes são educados para se tornarem propensos a reagir em vez de agir. As telas, os brinquedos, as propagandas e todo o comércio infantil se voltam para criar desejos que incentivem o consumo de certos produtos.
Linn explica que «a publicidade tem como alvo as emoções, não o intelecto, e é concebida para tolher o pensamento crítico». O marketing é agressivo, a ponto de um desses profissionais dizer preferir o aplicativo do Lego ao brinquedo de plástico, haja vista que, assim, as crianças podem levá-lo para qualquer lugar.
É muito mais cômodo e fácil levar um celular do que um saco de blocos de plástico. Mais do que tornar vendável um produto, as técnicas de publicidade se voltam para o consumo de novos valores e atitudes. As preferências de uma criança, por exemplo, não são dela, mas dos profissionais do marketing.
Um bom exemplo disso é a boneca LOL. Ela foi criada para satisfazer o desejo de unboxing das crianças e adolescentes. O produto é colecionável, cria a expectativa de algo «misterioso» e fomenta a esperança de ter mais likes, ameis e seguidores. Seu sucesso foi estrondoso, sendo eleita o brinquedo do ano de 2019.
Diante de tudo isso, a pergunta que tenho me feito é: «Quem tem educado os meus filhos?». Acredito que todos os pais deveriam se questionar constantemente sobre isso, haja vista que as técnicas de manipulação e estímulos deixaram de ter influência superficial sobre nossos filhos, passando a modificar seus comportamentos, capacidade de pensar e valores.
Portanto, pergunto a vocês, pais: Quem realmente educa os seus filhos?