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Perdido no vazio - O homem que não se conhece
Comportamento
Publicado em 15/06/2024

Por Rodrigo Oliveira

“Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso […] Suas pernas, lastimavelmente finas em comparação com o resto do corpo, tremulavam desamparadas diante dos seus olhos. ― O que aconteceu comigo? — pensou.” (Franz Kafka)

O homem é um ser desabrigado que se sente estranho em seu próprio meio. O estranhamento (unheimlich), segundo Schelling, “é tudo aquilo que deveria ter permanecido em segredo e oculto e veio à luz.”

Esse estranhamento faz com que o ser humano sinta aquilo que Cioran denominou solidão cósmica:

“Mas o sentimento de solidão cósmica advém menos de um tormento puramente subjetivo do que da sensação do abandono deste mundo, de um nada objetivo.”

É como se vivêssemos em um vácuo, despertado pelo esvaziamento daquilo que nos fazia acreditar que éramos importantes. A sensação de desamparo – de não sermos tão importantes quanto acreditávamos.

Ao vir à luz o que deveria ter permanecido oculto, o ser humano passa a sentir aquilo que Sartre denominou náusea e Camus, absurdo.

É como se nos movêssemos em um ambiente sem sensação de pertença – como se fôssemos uma peça fora do tabuleiro. Para sairmos desse emaranhado caótico de informações e sensações, a exigência é alta.

A falta de estudo e compreensão mais profunda das experiências da vida faz com que o sujeito esgote por completo o sentido de viver.

O animal comum não precisa de entendimento para viver. Ele não precisa de uma “causa.” O ser humano, sim.

É mais que urgente resgatar os conceitos e símbolos que iluminaram nossa existência e nortearam nossas ações.

Nunca o conhece-te a ti mesmo socrático foi tão necessário. Porque o diagnóstico e o remédio somente são possíveis com o conhecimento de causa.

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