Por Henrique Bredda

"E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues."

Não se engane, o assassinato de inocentes é o mesmo que perseguir e torturar Jesus Cristo. Não é uma outra perseguição, uma nova, mas uma contínua perseguição de Cristo. Cristo se identifica com os perseguidos. Cristo está nos perseguidos.

A única defesa contra as atrocidades, holocaustos e genocídios, é a firme e santa disposição ao sacrifício de pouquíssimas almas corajosas.

Somente uma ínfima minoria é capaz de escapar da hipnótica multidão sedenta por sangue. A multidão, desde sempre, se diverte com o esquartejamento e martírio das pessoas nos Coliseus de cada tempo.

Sempre que dependermos das multidões para definir o que é certo ou errado, perderemos. A multidão prefere Barrabás ao próprio Filho de Deus. Cristo, que teve uma vida santa, repleta de milagres, ensinamentos e curas, foi condenado e morto pelo próprio povo que dias antes o 'admirava' como um grande rabi.

Quantidade nunca será sinônimo de qualidade. Uma alma santa está certa mesmo quando milhares de pessoas maldosas estejam contra.

Da lei da quantidade, da lei dos números, jamais espere qualquer lei moral. Quantidade não possui qualidade intrínseca.

A verdade se encontra no silêncio, na oração, na relação íntima com Deus e, conforme observamos ao longo da história do mundo, a Verdade está sempre no sacrifício, no isolamento, na rejeição pela maioria, no martírio.

Quando o que está em jogo é decidido pela multidão, inocentes acabam morrendo, bebês são sacrificados e Barrabás é solto.

O contínuo massacre dos santos inocentes, o assassinato de bebês para satisfazer a sede de pecado, é uma repetição contínua da desobediência que se deu início quando o homem, ao invés de seguir a Lei Divina, preferiu ouvir a sedução da serpente, e se envaideceu com ilusão de ser deus de si próprio.

'Não matarás' é uma Lei Eterna, pois a sede de sangue dos adoradores de Baal é sempre atual. Como agora.