Adotar uma postura intransigente na defesa de programas sociais e do consumo das camadas mais pobres da população, ao mesmo tempo em que se posiciona como um forte crítico da “ganância do sistema financeiro” e dos juros altos estabelecidos pelo Banco Central (BC), parece ter rendido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) os resultados desejados.
Além disso, criticar decisões polêmicas de seu próprio governo, como a taxação das blusinhas importadas e a exclusão da carne da cesta básica sem impostos na reforma tributária também faz parte dessa estratégia.
Preocupado com a queda de popularidade neste ano, Lula intensificou o discurso populista nas últimas semanas, caracterizado por declarações agressivas todos os dias.
Analistas consultados avaliam que essa tática pode ter sido eficaz, conforme demonstraram a pesquisa mais recente, que indica uma melhora na aprovação popular do presidente da República.
A mais nova rodada da pesquisa Genial/Quaest, divulgada na quarta-feira (10), mostra que 54% dos eleitores aprovam o trabalho do presidente, especialmente entre o público de menor renda e escolaridade.
Esse resultado representa um aumento de quatro pontos percentuais em relação à pesquisa anterior, realizada em maio, sendo o melhor desempenho nos últimos sete meses.
Entre 5 e 8 de julho, a pesquisa registrou que a desaprovação ao trabalho de Lula caiu de 47% para 43%, o menor índice desde dezembro de 2023.
As melhorias foram observadas em quase todas as segmentações, destacando-se entre mulheres (de 54% para 57%), pardos (de 54% para 59%) e pretos (de 56% para 59%), eleitores de 35 a 59 anos (de 50% para 56%), com escolaridade até o Ensino Fundamental (de 60% para 65%) e renda familiar mensal de até dois salários-mínimos (de 62% para 69%).
Fonte: Gazeta do Povo