Para tentar fazer frente à bancada do agro, militantes, assentados e acampados do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) concorrerão a cargos nas eleições municipais de 2024.
De acordo com o próprio movimento, serão pelo menos 700 candidatos “do MST” concorrendo aos cargos de vereador, prefeito ou vice-prefeito no pleito de outubro.
Espalhados por 22 estados e filiados a pelo menos 12 partidos, os pré-candidatos já tiveram quatro dias de formação política em um evento na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), também conhecida como Escola do MST.
Somente o Partido dos Trabalhadores (PT), sigla do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conta com 215 pré-candidatos ligados ao movimento. A reportagem questionou o MST sobre quais seriam essas 12 legendas citadas anteriormente, mas não obteve retorno.
A reunião de lideranças, políticos e pré-candidatos ocorreu entre os dias 9 e 11 de julho. Além de marcar os 40 anos de existência do MST, o evento foi feito para debater o projeto de ampliar o poder de influência do movimento na política.
Após ser combatido durante os quatro anos do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o movimento vem ganhando forças no terceiro mandato de Lula (PT). Sem repreender as mais de 100 invasões já ocorridas em um ano e meio de mandato, o petista tem defendido o MST e prometeu abrir mais o diálogo com os seus integrantes.
“A gente ouviu as demandas e a avaliação política dos movimentos, e também o governo falou”, disse o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, ao lembrar que o MST sempre apoiou Lula durante a prisão em Curitiba e que “hoje está presente ajudando o nosso presidente a governar o nosso país”.
Embora pregue a “necessidade de ampliação do diálogo”, o movimento reforça o seu apoio ao governo. Com aval do presidente, o objetivo do MST é “ocupar” o maior número de cargos possível.
Fonte: Gazeta do Povo