Normalmente, as eleições municipais e gerais no Brasil seguem caminhos distintos, e um mau resultado em uma não necessariamente se reflete na outra.
Um exemplo claro é o PT, que em 2020 teve seu pior desempenho histórico, não vencendo em nenhuma capital e conquistando apenas 182 prefeituras.
No entanto, em 2022, o partido conseguiu eleger Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência pela terceira vez.
Este ano, porém, as eleições municipais assumem uma importância nacional devido aos interesses pessoais e partidários envolvidos.
Os dois principais líderes políticos do país, Lula e Jair Bolsonaro, estão empenhados em transformar a disputa nas maiores cidades em uma prévia da corrida presidencial de 2026.
Ao mesmo tempo, partidos de centro buscam fortalecer sua presença nacional para, quem sabe, apresentarem uma alternativa competitiva daqui a dois anos.
Tanto Lula quanto Bolsonaro estão engajados nas campanhas em várias capitais. Ambos acreditam que a vitória em cidades-chave como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Manaus, Curitiba e Goiânia pode conferir uma vantagem na sucessão presidencial de 2026.
Além disso, há uma disputa pessoal para ver quem tem mais capacidade de transferir votos.
Em São Paulo, a maior cidade do país, Lula apoia Guilherme Boulos (PSOL) para prefeito. Boulos tem sido uma liderança carimbada progressista e sua vitória, segundo Lula, dificultaria o retorno dos “fascistas” ao poder.
Por outro lado, Bolsonaro indicou o ex-coronel da Polícia Militar Ricardo Mello Araújo como vice na chapa de reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que busca atrair os votos dos apoiadores de Bolsonaro.
Fortaleza, a maior capital do Nordeste, também é um campo de batalha importante. Lula e o PT estão apoiando Evandro Leitão, enquanto Bolsonaro e o PL estão apostando em André Fernandes, que foi o deputado mais votado tanto na esfera estadual quanto federal nas últimas eleições.
Fonte: Conexão Política