Por Karina Michelin
“Venezuela não é uma ditadura, é diferente de uma ditadura, é um governo com viés autoritário mas não é uma ditadura como a gente conhece tantas ditaduras nesse mundo” essas foram as palavras de Lula para definir o regime de Maduro.
Lula relativiza a ditadura da Venezuela pelo fato que o modus operandi é o mesmo que está em andamento no Brasil. Críticos do regime Maduro foram detidos arbitrariamente, desapareceram à força e foram torturados com o consentimento do sistema judicial.
O regime reconheceu 455 casos de desaparecimento forçado relatados desde 2015, a maioria dos quais ainda não foram resolvidos. A impunidade para execuções extrajudiciais em andamento pelas forças de segurança persiste, as detenções arbitrárias com motivação política permanecem sistemáticas.
A Missão de Investigação da ONU na Venezuela expôs crimes contra a humanidade, pediu investigações sobre as políticas repressivas do estado, mas o regime não permite nenhuma investigação.
Milhares de venezuelanos continuam a fugir do país e aqueles deportados são enviados de volta para enfrentarem prisões arbitrárias. As condições prisionais, para os dissidentes do comunosocialismo são desumanas, incluindo a falta de acesso à água, alimentos e tortura.
A política de repressão do regime ataca opositores políticos, reais e percebidos. De acordo com a organização de direitos humanos Foro Penal, cerca de 9.000 pessoas continuam sujeitas a restrições à sua liberdade devido a procedimentos judiciais atuais ou passados com motivação política.
A sociedade civil está constantemente sob ataque. O uso de prisões arbitrárias contra civis pelo regime pode constituir crimes contra a humanidade. De acordo com organizações da sociedade civil, entre 2014 e 2023 houve cerca de 15.700 prisões arbitrárias, mas as violações de direitos humanos continuam impunes.
Lula com seus eufemismos esquece que o dicionário define muito bem o que é ditadura: “governo autoritário exercido por uma pessoa ou por um grupo de pessoas, com supremacia do poder executivo, e em que se suprimem ou restringem os direitos individuais.” O povo brasileiro começa a sentir na pele o verdadeiro significado de DITADURA e sem eufemismos.
O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, condenou veementemente a possibilidade de um novo pleito no país. Ele afirmou nesta quinta-feira (15) não praticar “diplomacia de microfone”, ao responder a declarações de Lula (PT) e do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, sobre as eleições venezuelanas.
Petro propôs, nesta quinta, a realização de “novas eleições livres”, em meio à disputa entre Maduro e a oposição, liderada por María Corina Machado e Edmundo González Urrutia. O presidente Lula (PT), por sua vez, adotou a mesma sugestão.
Pressionados, os presidentes brasileiro e colombiano também sugeriram reiteradamente a divulgação das atas eleitorais pelas autoridades venezuelanas.
O que Lula não esperava, no entanto, era uma dura resposta por parte do ditador. Maduro colocou em xeque o pleito de Lula.
“No Brasil, o ex-presidente Bolsonaro, aliado da extrema-direita fascista da Venezuela, alegou fraude e não aceitou a derrota. E foi o tribunal brasileiro [TSE] que decidiu”, disse Maduro ao jornal El Tiempo. “Ninguém na Venezuela e em nosso governo pediu algo”, emendou.
O chavista relembrou que, sete dias após a posse de Lula, manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, no 8 de Janeiro de 2023. “Surpreenderam com uma tentativa de golpe de Estado. E o que se fez na Venezuela foi condenar a violência e o fascismo. Jamais praticamos a diplomacia de microfone”, disparou.