Por Rodrigo Oliveira
Maquiavel assegura que a natureza humana é corrompida, e essa corrupção encontra sua raiz no desejo insaciável de poder e glória.
A busca por dominação e reconhecimento se tornou uma constante. Para o filósofo florentino, a fama é perseguida a qualquer custo, e o fato de o homem preferir ser mau a ser visto como fracassado revela a ausência de uma tendência natural à virtude.
Esse mesmo comportamento pode ser visto nas redes sociais, onde filhos são expostos e famílias se transformam em instrumentos de marketing para a venda de cursos, livros e o aumento do número de seguidores.
Em uma sociedade cada vez mais desordenada nos aspectos familiares, a exibição de uma imagem de família perfeita se tornou uma estratégia lucrativa.
Da mesma forma, em um mundo que se distancia da fé, demonstrar devoção, por meio de fotos e vídeos, tornou-se uma das formas mais eficientes de propaganda.
O “marketing espiritual” tem ganhado um espaço considerável. Não basta mais ter uma família; ela precisa ser exibida.
Não basta ser religioso; é necessário transformar essa religiosidade em uma ferramenta comercial.
No novo universo das redes sociais, os fins justificam os meios, revelando uma realidade que, embora atual, reflete a velha natureza humana descrita por Maquiavel.