Por Guilherme Fiuza/Gazeta do Povo
Mais de 50 intelectuais de vários países assinaram um manifesto de apoio à suspensão da plataforma X no Brasil.
A notícia também poderia ser dada assim: mais de 50 almas penadas se reuniram num abaixo-assinado infame a favor da censura. Dá praticamente no mesmo, ninguém vai brigar por causa disso.
Entre os signatários deste documento histórico está o brasileiro José Graziano (foto), amigo do Lula - aquele que esteve à frente do programa Fome Zero em 2003.
Como era inexequível, o programa foi extinto antes de ser implementado - uma façanha do petismo que até hoje não foi superada por nenhum partido no mundo. E olha que os picaretas estão sempre tentando.
Como prêmio por liderar um programa governamental que matou a fome de zero pessoas, Graziano ganhou um cargo na organização da ONU para alimentação e agricultura (FAO). Coerência é tudo.
O mínimo que se espera de um burocrata da nutrição de fachada é que assine um documento de apoio à mordaça em nome da democracia.
Outro luminar presente entre os que endossaram esse manifesto libertário pela censura no Brasil é o francês Thomas Piketty. Assim como Graziano, é economista.
E também ficou famoso graças a uma façanha: virou best-seller mundial com um livro que fazia uma recauchutagem do marxismo para sentenciar, mais uma vez, a crise incontornável do capitalismo.
Vendeu milhões de exemplares provando em definitivo a verdade histórica: a sobremesa predileta da burguesia que enche a pança no capitalismo é falar mal do capitalismo para afetar a grandeza de espírito.
Especialistas consideram que o livro de Piketty é um dos mais vendidos e menos lidos da história.