O Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro voltou a cobrar o Banco do Brasil (BB) para que a instituição apresente ações concretas de reparação à população negra por suposta participação do banco no tráfico de escravos no século 19.
A cobrança ao banco foi reforçada em audiência pública realizada na terça-feira (22), coordenada pelo procurador regional dos Direitos dos Direitos do Cidadão, Júlio José Araújo Junior.
Na audiência, estiveram presentes representantes do Banco do Brasil, do Ministério da Igualdade Racial e do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
O Banco do Brasil foi notificado pelo MPF sobre a ação inédita em setembro do ano passado.
Para justificar a ação, os proponentes relatam, por exemplo, que o banco tinha entre seus acionistas e fundadores o negociante de escravos José Bernardino de Sá, acusado pelos historiadores de ter sido um dos maiores contrabandistas de africanos na época.
O banco se desculpou por atuação no contexto da escravidão. Em uma audiência ocorrida em novembro de 2023, o Banco do Brasil pediu desculpas pela atuação da instituição no contexto da escravidão.
Para o MPF, o pedido de desculpas é louvável e necessário, mas insuficiente, “devendo estar associado a um conjunto de iniciativas que abranjam o aprofundamento da pesquisa histórica, a estruturação de um novo pensamento sobre a organização e o funcionamento do banco e a construção, com a sociedade brasileira, de um programa de reparação”.
Fonte: Gazeta do Povo