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Polícia desrespeita igreja - Precedente perigoso
Cidadania
Publicado em 09/11/2024

A defesa do Padre José Eduardo de Oliveira Silva informou na noite desta quinta-feira (7) os detalhes do depoimento do sacerdote à Polícia Federal, no âmbito do inquérito sobre o 8 de janeiro.

Em nota enviada, o advogado Miguel Vidigal informou que o padre deixou claro que “nunca participou de qualquer reunião e nem colaborou de qualquer documento que visasse favorecer uma ruptura institucional no país”.

O depoimento do padre faz parte de uma ação do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga suspeitos envolvidos em um suposto planejamento de golpe de Estado no Brasil, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, militares, assessores e aliados.

O religioso é mencionado como parte do "núcleo jurídico" do suposto esquema golpista. Esse grupo teria como responsabilidade o "assessoramento e elaboração de minutas de decretos", segundo o documento.

Segundo a defesa, o depoimento transcorreu “dentro dos parlamentos de urbanidade esperados”. No entanto, ele enfatizou que “causou espanto e inconformidade o fato da PF ter extraído conversas do religioso com fiéis e sacerdotes que regularmente o procuram para direção espiritual”.

“Como já se temia desde o momento em que soube que as investigações quebraria a senha de seu celular, ficou patente que a Polícia Federal, não tendo encontrado qualquer matéria que pudesse ligá-lo ao quanto investigado, passou a vascular conversas do sacerdote com fiéis e religiosos que fazem direção espiritual com ele, selecionando frases tiradas de contexto, que nada tinham a ver com a investigação, em mensagens que estão protegidas pelo Sigilo Sacerdotal”, explicou o advogado.

A defesa reforçou que trata-se de um “precedente imenso em nosso país que não pode ser ignorado”. “O Estado Laico que impera em nossa legislação prevê a total separação da Igreja e do Estado e garante em seu artigo 13 o segredo do ofício sacerdotal”, complementa.

Fonte: Gazeta do Povo

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