Por Mises Brasil
Nos últimos anos, o conceito de "cultura woke" vem ganhando espaço em diversos setores, incluindo o meio empresarial. Esse movimento sugere a conscientização sobre questões de igualdade social, racial e de gênero. Embora a intenção seja de melhorar o ambiente de trabalho, sua aplicação sempre gera debates importantes
Recentemente, participei de um evento no qual uma palestra abordava a "Liderança pelo exemplo na Indústria AEC: criando uma cultura de pertencimento".
Durante a exposição, foi mencionada a "regra do pescocinho", que sugere que os colaboradores e líderes observem se há pessoas semelhantes a eles na empresa para determinar se pertencem ou não ao local. Essa abordagem, aparentemente inclusiva, esconde perigos significativos.
Primeiramente, a ênfase excessiva em identificar e categorizar pessoas com base em características físicas, culturais ou de gênero pode levar à criação de um ambiente de trabalho onde as habilidades técnicas e a competência profissional se tornam secundárias.
Em um setor tão especializado e técnico como o AEC, em que a precisão e a eficácia são fundamentais, essa abordagem pode comprometer a qualidade do trabalho e a produtividade.
A inovação e o progresso técnico, que são cruciais para o desenvolvimento da indústria, podem ser ofuscados por uma preocupação desproporcional com a composição demográfica da equipe.
Além disso, essa cultura pode incentivar a formação de grupos dentro da empresa, que se formam com base em semelhanças superficiais, em detrimento da colaboração e do intercâmbio de ideias.
A diversidade de pensamento, que é um motor para a inovação, pode ser comprometida quando as pessoas são incentivadas a se agrupar com base em identidades compartilhadas.
Isso pode levar a um ambiente de trabalho fragmentado e a um clima organizacional menos coeso.