Por Rodrigo Oliveira*
Numa sociedade de influenciadores, a guerra sempre será para ter controle dos seus valores, das suas crenças e dos seus desejos.
O marketing pessoal é cada vez mais persuasivo.
Mostrar-se na internet como bom pai, como bom marido, como um atleta formidável ou um religioso exemplar é bem diferente de ser um bom pai, ser um bom marido, de ser um verdadeiro atleta ou uma pessoa piedosa.
A vida perfeita vende — e vende muito.
É um produto que sempre esteve à mesa do brasileiro: nas propagandas de manteiga, em véspera de Natal ou nos cursos e podcasts.
Nada vende mais do que a aparência.
Os influenciadores sabem muito bem disso, e pintam os sepulcros de todas as cores.
A questão que ainda não foi posta à mesa é: até quando as pessoas continuarão a lamber os esses túmulos?
* Rodrigo Oliveira é Mestre em filosofia e Doutor em Ciências da Religião