Por 
Edvaldo Paulo de Araújo

Qual a certeza maior de nossas vidas? Muitos dirão: – morte. Não gosto dessa palavra pois não acredito nela, e, sim, uma viagem de volta para nossas casas. Somos daqui? Não.Viemos para um estagio com aprendizado sublime aqui nesse planeta Terra.

A esmagadora maioria na Terra tem essa incertezao pior: vive sua vida como se a chamada “morte” só acontecesse aos outros.

Vidas desregradas num afã do ter, jamais do ser, sem desfrutarem das belezas inimagináveis com que Deus nos presenteou, principalmente das belezas intimas do conhecimento e do exercício dessas belezas.

Está claro, na imensa obra do Criador, que estamos aqui para crescer em conhecimentos, em compaixão, solidariedade e amor.

Como crescer e o que nos move nessa busca eterna de conhecimentos? São nossas incertezas? Possivelmente.

O que guia o nosso progresso? O que nos faz caminhar nesse intento? 

O ser humano tem em si o gérmen do aprimoramento, lutando constantemente para encontrar-se em um estado melhor do que o imediatamente anterior.

A insatisfação faz parte da nossa natureza e representa importante propulsor da evolução.

Temos em nós  (alguns mais que outros) a extrema busca pelo que nos reserva amanhã. A latente incerteza é que nos move ao conhecimento e à busca incessante de maior conforto, seja na esfera material ou espiritual.

A escassez de alguns recursos e a existência de algumas necessidadenos colocam numa posição de tentar supri-las até conseguirmos, para, em seguida, identificarmos outra cujo alcance é razão suficiente parenvidarmos todos os esforços de crescimento.

Nesse contexto, a incerteza, que não se deve confundir com a falta de fé, é um fator catalidor e psicológico da marcha humana.

Por sermos pensantesbuscadores, insatisfeitos, se já tivéssemos nossas necessidades plenamente satisfeitas, muito provavelmente nos entregaríamos à inercia e ao comodismo. Nada teríamos a conquistar; não daríamos valor ao que temos, e a vida careceria de propósito.

Muitas vezes escuto de pessoas, em suas batalhas na vida, que ao se aposentarem não pretendem fazer mais nada. Brinco que será assim por pouco tempo, pois virão intimamente as cobranças a sugerir a saída dessa inércia.

Não nascemos para ficar estagnadosquem o faz, sofre os efeitos perversos, como, por exemplo, a entrega ao alcoolismo, ao vício das drogas e à infelicidade.

Entendo eu que o crescimento é como uma necessidade fisiológica;tem que acontecer, faz parte do nosso DNA.

Dr.Viktor E.FranklM.D.Ph D.( 26/03/1905- 02/09/1997), foi Professor de Neurologia e Psiquiatria da Universidade Internacional da Califórniafundador  da Logoterapia, muitas vezes chamada de “terceira escola vienense de psicoterapia” ( as duas primeiras são a da Psicanalise de Freud e a da Psicologia Individual de Adler), lecionou ainda nas universidades de Harvard, Stanford, Dalas e Pitsburgh. 

No seu livro “Em busca de sentido” (Publicado pela Editora Vozes, 43 edição) – Um psicólogo no campo de concentraçãome mostrou a maneira crua, horripilante, perversa, desumana de um campo de concentração nazista.

Nunca imaginei, apesar de minhas leituras nesse tema, algo tão inimaginável.

A sua narrativa de uma convivência em Auschwitz, apesar de não contemplar os horrores tão divulgados, mas horrores  os mais diversos diários, nos mostra quedurante os 3 (três)anos de sua permanência lá, diariamente tinha que buscar intimamente um sentido para viver. 

A opção pelo suicídio era diariamente a opção dos detentos, que ao não se levantarem mais de onde estavam, ficavam sujeitos à morte por espancamentos ou a serem levados para a câmara de gás.

Todos dias ao acordarmos temos a extrema necessidade de um sentido para a vida, um sentido para viver.

O conhecimento da vida, mesmo que recheado de incertezas, nos move para uma existência plena em busca do entendimento da obra do Criador. Isso nos dá força para não desistirmos jamais.

O entendimento mesmo que mínimo da obra de Deus, na busca de saneamento das incertezas, nos ilumina e torna nossas vidas cheias de luzes e de bênçãos.

professor, mestre e Doutor,  meu amigo Luiz Carlos Souza, diz que somos, no caso eu e ele, naquele momento da conversa, dois em dez milhões que temos esse entendimento sobre a vida, sobre o lugar em que ocupamos como seres humanos, inseridos aqui nesse planeta. Meditei e acho que meu amigo tem razão.

A incerteza previne o Espirito do ócio e da inércia. Significando a insatisfação pelo já conseguido, incentiva-o a perquirir de maneira equilibrada e corajosa o desconhecido e ensina-o a não se inquietar pelo que está fora de seu comando. Ela é, portanto, um treino para a nossa maturidade espiritual.

Diz o escritor Sandro D.Brandão que: “sob o prisma da fé divina, o incerto é um teste para o EspíritoNas aflições, não sabendo o que esperar, vê-se compelido a transmutar o discurso para a ação, sob o olhar atento de Deus. Verdadeiro duelo entre valores e imperfeições é deflagrado em razão da situação concreta que se apresenta”.

Quando era adolescente, por não ter acesso a livros, que para mim custavam caro, quantas vezes ia àbiblioteca, no Jardim das Borboletas, em Vitória da Conquista, saciar a minha sede por conhecimento nos livros de lá.

As minhas incertezas e a busca por conhecimento fizeram de mim o que sou e as incertezas continuam maiores, mas tenho uma base pronta, para, com calma e paciência, ir em busca desse esclarecimento durante a vida terrena.

compreensão pela vida do Mestre Jesus me dá essa força e coragem na busca para dirimir minhas incertezas, que a cada dia viram uma motivação para viver e buscar a Luz.

Entendo que não temos o direito de estagnar, parar, vegetar ou focar em coisas vãs, dentre elas a luta por somente ter.

Temos que exercer essa busca com uma finalidade definida de desenvolvimento de potenciais que nos permitam ajudar nossos irmãos, que, por questões que não me cabe julgar,  não têm as mesmas possibilidades.

Precisamos ir em busca da vida que é símbolo de ação, viver e não apenas existir, como diz tão bem Oscar Wilde. Que a fé em Deus seja nossa grande propulsora para VIVERMOS COM SABEDORIA.