Há 25 anos atrás ninguém imaginaria que este segmento religioso se tornaria tão forte, ninguém sabia o que os evangélicos se tornariam”, declarou Luiz Felipe Pondé.
O Brasil tem hoje quase 50 milhões de evangélicos, ou seja, um crescimento de 60% na última década e meia. É um segmento da maior relevância para a cultura e a política.
Para o filósofo e teólogo Pondé, contudo, a elite intelectual brasileira não compreendeu até hoje o fenômeno evangélico e se guia por uma visão estereotipada de quem eles são.
Os evangélicos valorizam tanto a família, explica Luiz Felipe Pondé, porque no fim das contas eles são das camadas mais pobres e sabem que um indivíduo sem cobertura familiar fica mais vulnerável à toda sorte de problemas sociais, vícios e situações de risco.
“Sob o ponto de vista sociológico, o que as igrejas evangélicas oferecem aos fiéis é algo muito benéfico, visto que atendem pessoas humildes que, em sua maioria, não podem fazer terapia, ir a um hotel, ter um lazer de fim de semana”, disse Pondé.
“Essa capilarização do movimento evangélico favorece relacionamentos, oferece comunidade, o programa de fim de semana. A elite não gosta deles. Acham que os evangélicos são ignorantes. A crença na família é compreendida pela elite intelectual como uma mera superstição”.
“Não compreendem que aquele evangélico de periferia valoriza a família porque, ao contrário das pessoas de classe média e das classes altas, ele não pode terceirizar nada da sua vida. Ele precisa contar com a família. A elite ainda não entendeu os evangélicos”, disse.
Fonte: Thiago Cortês