Por Rodrigo Oliveira*
Em uma sociedade do espetáculo, a dispersão dos poderes pode fazer emergir uma ditadura ainda mais intensa.
Pois quando se atribui tanto poder aos vícios que mais despertam nossa curiosidade, o homem-massa se torna refém de quem faz disso uma profissão.
Vide, por exemplo, quanto poder possui nas mídias em geral quem vive de propagar fofocas.
É impressionante como essas pessoas vivem da vã curiosidade, do vil prazer que as pessoas sentem ao ver alguém sofrer com os diários assassinatos de reputações.
Poucos sabem que isso é um pecado grave.
O Catecismo assevera que "a maledicência e a calúnia ferem as virtudes da justiça e da caridade”.
Ferir a reputação de alguém é muito grave, explica Santo Tomás, pois, sendo a reputação um dos bens temporais mais preciosos, com a sua falta o homem se acha impossibilitado de praticar muitos bens.
O poder de assassinar reputações, portanto, não é um poder pequeno.
Qualquer Twitter, perfil de Facebook ou Instagram com milhões de seguidores pode realizar atos tirânicos que acabariam com a vida de qualquer pessoa.
As páginas de fofoca são os novos coliseus. Vidas são expostas e arruinadas.
O fato de a gente não ter contato direto com as pessoas que sofrem do mal de serem expostas, não significa que a barbárie não seja igual ou pior que a de um Coliseu.