Por Thiago Cortês
As universidades foram tomadas por seitas ideológicas, e lá o debate livre de ideias foi interditado" afirmou John Gray em entrevista ao jornal inglês The Guardian.
Por sua vez, as igrejas nas últimas décadas experimentaram uma série de desafios intelectuais, teológicos, e acabaram por sediar espaços privilegiados para o livre debate sobre fé, costumes, tradições e tabus culturais.
A avaliação vem do filósofo inglês John Gray, um ateu convicto que passou a enxergar nos colegas intelectuais o mesmo fanatismo que costuma ser atribuído aos religiosos radicais.
Autor do clássico "Cachorros de Palha" e "Al Qaeda e o Significado de ser Moderno", John Gray reconheceu que os ateus modernos podem ser mais fanáticos, autoritários e dogmáticos do que um crente que convive com dúvidas.
Encastelados em universidades nos quais determinam quais temas e autores podem ser debatidos, os intelectuais progressistas não estão se saindo muito melhor do que os inquisidores de um passado distante.
Leia "A Anatomia de Gray" para conhecer a crítica filosófica profunda que John Gray faz aos ateus modernos e aos intelectuais em geral.