Por Rodrigo Oliveira
A influência em si não é má.
Platão reserva um lugar muito importante para a persuasão, pois sem ela não fazemos sequer o bem.
A criança, o adolescente e o adulto têm de ser persuadidos de que devem fazer o bem.
O Estado lança mão de diversos mecanismos persuasivos, seja o ensino, as leis ou mesmo o poder executivo — jamais podemos nos esquecer de que a dialética violência-punição é uma persuasão.
Com a internet, essa persuasão foi elevada a outro nível. Os influenciadores possuem técnicas muito refinadas para impor seus valores.
O lema marxista de que os filósofos “se limitaram a interpretar o mundo de diferentes maneiras; o que importa é modificá-lo” é seguido como o primeiro e único mandamento.
A vida contemplativa se diluiu e foi totalmente substituída pela vida ativa.
Os influenciadores passaram a ser os donos do poder — um poder fragmentado, mas que se impõe com uma pressão bem maior nas nossas vidas.
Basta fazer estas simples questões para ter uma mínima noção disso: Quem tem mais poder sobre o seu filho pequeno: Felipe Neto, Lucas Neto ou Disney? Quem moldou os valores do seu filho adolescente? A indústria pornográfica, a cultura woke, o identitarismo?
Antes, a mudança só acontecia por vias da violência — aquilo que Foucault denominou de instituições de sequestro. Hoje, a mudança acontece de forma mais leve, pois a persuasão se sofisticou.
É possível domar pessoas sem mesmo tocar um dedo nelas. É o que tem acontecido, e da pior forma possível.