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Mundo das drogas - Um portal para o inferno
Comportamento
Publicado em 19/01/2024

Por Rodrigo Oliveira

A história das drogas é, de alguma forma, a história da humanidade.

O modo como nos relacionamos com ela pode envolver o sagrado, a sociabilidade, as mudanças psíquicas, o entretenimento, o remédio e o desejo de anestesiar os sofrimentos existenciais.

Em uma sociedade do cansaço, prevalece a última opção.

O uso recreativo se torna cada vez mais intenso, pois a sua finalidade não é o alívio existencial, mas o esquecimento.

Deixar de sofrer, atualmente, significa esquecer-se de si mesmo.

O número de adolescentes e adultos que buscam esquecer da própria existência aumenta a passos largos.

As fugas se tornam mais violentas.

O homem tem de aderir a alguma coisa que o faça sentir vivo.

O leque de opções é amplo: as drogas orgânicas ou sintéticas, o time do coração, a política, o entretenimento barato…

Não precisamos ser sociólogos para notar que o espírito tribal se alastrou nas últimas décadas.

A violência adquiriu outras tonalidades.

Bandeiras são levantadas na guerra. É por isso que o ambiente humano mais se parece com o estado de natureza.

A guerra se tornou perpétua, assim como a necessidade de levantar bandeiras.

No fundo, esse desejo de violência se manifesta como um desejo de anestesiar a existência.

O niilismo se transfigura não como um “nada”, e sim como um frenesi de emoções fortes que tentam criar um sentido para viver.

O espaço político é movido por choro, ranger de dentes, gritaria, alívio, angústia…

É muito parecido com os efeitos de quem é viciado em droga, acompanha uma final do seu time do coração ou está em um parque de diversões.

É tudo intenso e, ao mesmo tempo, vazio.

 

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