Três departamentos da Organização Mundial da Saúde (OMS) que lidam com gênero, sexualidade e infecções sexualmente transmissíveis anunciaram no mês passado que estão desenvolvendo novas diretrizes a respeito da saúde de pessoas trans e “gênero diversas”, um dos pontos mais contenciosos da interseção entre saúde e política nesta década.
No dia 15 de janeiro, o órgão antecipou algumas das diretrizes em um documento respondendo a perguntas frequentes.
Contrariando a expectativa de ativistas que fazem pressão pelo “tratamento afirmativo” de crianças disfóricas, que são aquelas que apresentam um profundo desconforto com o próprio sexo chamado incongruência ou disforia de gênero, a OMS informou que a diretrizes “cobrirão apenas adultos e não lidarão com as necessidades de crianças e adolescentes, porque, em revisão, a base de evidências para as crianças e adolescentes é limitada e variável a respeito dos resultados de mais longo prazo para o tratamento afirmativo”.
O chamado “tratamento afirmativo” consiste em aceitar a autoafirmação da criança como pertencente ao sexo oposto e aplicar procedimentos de transição como mudança de nome e vestuário e — o que é mais contencioso — bloqueio da puberdade por drogas, seguido de desbloqueio e tratamento com hormônios do sexo oposto.
Tratamento “afirmativo” fracassou no Reino Unido
No Reino Unido, o Serviço de Desenvolvimento de Identidade de Gênero (GIDS), ligado ao Serviço Nacional de Saúde, está sendo fechado após investigações revelarem que seus estudos com bloqueio da puberdade não mostraram benefício do procedimento em tratar a disforia e problemas mentais associados.
Há, também, casos de pacientes cuja puberdade foi bloqueada e desenvolveram problemas ósseos, além daqueles que se arrependeram de fazer a transição de gênero.
O país deve descentralizar esse serviço e desenfatizar intervenções medicamentosas nas crianças disfóricas.
Fonte: Gazeta do Povo