Por Rodrigo Oliveira
Sou professor. Minha missão, como ensina C. S. Lewis, é irrigar desertos – e eu acrescento: também é lançar pérolas. Ser professor, no Brasil, é viver imerso em contradições: entre o amor e o ódio, a paz e o desespero, a esperança e a angústia.
Periodicamente, nós, professores, nos perguntamos: devo ou não continuar? A vocação, muitas vezes, é anulada pelas péssimas condições de trabalho e pela desvalorização contínua.
Décadas de negligência corroeram o respeito pela figura do professor. O esvaziamento de sua importância vem tanto das políticas públicas quanto das atitudes de alguns que se dizem “educadores”.
Hoje, prevalece a indiferença, a burocracia e, em muitos casos, a mediocridade institucionalizada.
A verdadeira educação é aquela que oferece pérolas em vez de lavagem. No entanto, é o aluno quem decidirá o que deseja. Há quem prefira viver na lama.
A Esfinge continua a nos perguntar: professores, os senhores estão dispostos a continuar lançando pérolas, mesmo diante de um cenário tão adverso?
Os senhores estão dispostos a enfrentar o cinismo? Os senhores estão dispostos a fazer cegos enxergarem?
Parabéns a todos os que continuam respondendo “sim”.